da escrita que vem dos filmes
não partilho da convicção de que exista uma metodologia para analisar ou para escrever sobre filmes. ou talvez, se colocarmos assim, "sobre filmes", possa haver, de facto. sobretudo não creio que a análise de um filme possa ser equilibrada, quer dizer, que se debruce exaustivamente sobre uma lista de pontos sobre os quais, aparentemente, o filme tocou, como uma experiência acabada e fixada. para mim, é a experiência de um filme, da vida que vem desse filme, que suscita uma necessária cartografia afectiva e conceptual e é essa cartografia ou esse trajecto ou percurso que deitamos para a folha de papel ou virtual, numa tentativa de responder à pergunta: "o que é que se passou?" sabendo, de antemão, que a resposta a esta pergunta não é o que queremos, mas apenas a descrição de uma aventura, de um trajecto, que se prolonga na folha e que, correspondendo à formulação de um problema, se tenta comunicar. não somos afectados equilibradamente pelas diversas partes de um film...